Darq visita aldeia indígena de Baía Formosa

Notícia publicada em 15/05/2025Gerais
Aryela Souza de CT/UFRN

O Departamento de Arquitetura (Darq), vinculado ao Centro de Tecnologia (CT/UFRN), visitou nesta terça-feira, 13, a aldeia SAGI-JACU, localizada no município de Baía Formosa. A ida ao território caracteriza-se como a primeira ação do projeto de extensão Grupo de Assessoria Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS).

A atividade de campo é fruto da parceria com o Fórum Interinstitucional de Promoção de Direitos Indígenas (FOINPDI/RN), por meio da juíza e coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Justiça Federal (Cejusc/JFRN), Gisele Maria da Silva Araújo Leite.

Participaram da visita os professores José Clewton do Nascimento e Eunádia Cavalcante. Também estiveram presentes o discente do curso de Arquitetura e Urbanismo Augusto César da Silva Moreira e a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) Bárbara Silveira Abril.

Discentes e docentes do Departamento de Arquitetura se reúnem com lideranças da Aldeia SAGI-JACU, no município de Baía Formosa – Foto: Darq/UFRN.

 

Localizados no extremo sul do litoral norte-rio-grandense, na região do Rio Guajú, na fronteira com a Paraíba, os potiguara de Sagi vivem da pesca artesanal, da coleta de frutas, da agricultura de subsistência — feijão, batata, macaxeira e milho — e das atividades turísticas. Anualmente, a comunidade realiza a Festa do Milho, no mês de junho. O evento atrai estudantes da região, indígenas de outras aldeias e parentes da Paraíba.

A inclusão nos circuitos turísticos locais aumenta o fluxo de visitantes, impacta a ocupação tradicional e auxilia na promoção de um turismo étnico sustentável. Entretanto, viabiliza a especulação imobiliária e a exploração econômica das terras para a produção de cana-de-açúcar. Os potiguara vivem cercados por canaviais, mas o solo e as águas são contaminados com agrotóxicos, há um desmatamento intensivo e ocorrem incêndios e conflitos socioambientais. Esses fatores prejudicam o bem-estar da comunidade.

A equipe foi recebida pela Cacica Eva Claudino, junto à mãe, Dona Elvira, uma das anciãs da aldeia, e demais parentes. Na ocasião, os moradores apresentaram aspectos da cultura e do território, assim como demandas para construção dos projetos arquitetônicos: uma casa de farinha; uma oca para encontros e reuniões da comunidade e recepção de visitantes; uma cozinha comunitária, e um espaço de apoio.

Os projetos devem refletir a tradição cultural indígena de construção e interação com o meio natural. Ao mesmo tempo, precisam encontrar soluções para a alta umidade presente no solo local, para a implantação das edificações.

Fonte: CT/UFRN; Texto: Aryela Souza; Edição: Juliana Holanda; Revisão: Ana Byatriz Moreira.

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