INCT Klimapolis realiza workshop com experimentos do mundo real
Notícia publicada em 1/08/2024Eventos FinalizadosO National Institute of Science and Technology (INCT) Klimapolis apresentou seu primeiro Mini-workshop para apresentação, planejamento e diretrizes dos experimentos do mundo real (EMR). O evento aconteceu na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da UFRN nesta quarta-feira, 31 de julho.
O Instituto é um dos projetos prioritários do Conselho Nacional pelo Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e está sob a coordenação da Universidade de São Paulo (USP) e da UFRN.
Os EMRs são estruturados por meio de abordagens interdisciplinares, norteadas pela análise de territórios urbanos vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças do clima, buscando construir estratégias para sua superação. Para isso, propõe-se a reunião e ação combinada de pesquisadores, gestores, comunidades tradicionais e residentes nos territórios em questão. A proposta é entender que, para além dos dados e conhecimento técnico (dos cientistas) e da capacidade de tomada de decisões (dos gestores), é preciso que a população seja capaz de identificar as causas dos problemas a que está submetida, permitindo, por sua vez, que as soluções mais adequadas sejam pactuadas, apropriadas e por ela cobradas.
“O primeiro exercício do INCT Klimapolis nessa direção se deu na cidade de São Paulo – subprefeitura do Itaim Paulista – sob coordenação da professora Ana Paula Koury, que veio compartilhar com a experiência na área no evento”, enfatizou a vice-coordenadora do INCT Klimapolis, Judith Hoelzemann, que pertence ao Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas da UFRN.
Pela manhã, no miniauditório da BCZM, na UFRN, a programação contemplou o objetivo de debater as boas práticas de EMR desenvolvidas no contexto do LABItaim, de forma a ampliar o conhecimento acerca da metodologia dos EMR e apresentação dos atuais projetos de EMRs em planejamento para a região metropolitana de Natal.
O encontro foi realizado em três momentos, no formato workshop, iniciando com a apresentação dos conceitos, metodologia e experiência de desenvolvimento de EMR a partir da experimentação coordenada no Itaim Paulista. A programação seguiu com os pesquisadores das sub-redes locais que expuseram suas propostas para subsequente debate, pontuando quais são seus objetivos, os agentes-gestores e os agentes-comunitários envolvidos.
A pesquisadora Sarah Andrade, do Departamento de Arquitetura da UFRN (Darq), que atua no Eixo transversal EMRs + subrede Água e Solo do INCT Klimapolis, e Venerando Amaro, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental – Decam/CT/UFRN, que é coordenador da Sub-rede Água e Solo do INCT Klimapolis, apresentaram o Projeto SR2.1: Emergência climática e Experimentos do Mundo Real: uma contribuição à adaptação das cidades costeiras a partir da Orla de Natal.
Eles mostraram que, no Atlântico Sul, há constante intensificação da energia das ondas. Nas últimas quatro décadas, a taxa de retração que aumentava um metro por ano, agora está chegando a quase dois metros para o mesmo período. “O litoral de Natal, com seus 26 km de praia, tem alto grau de vulnerabilidade e caso a ocupação continue acontecendo de forma equivocada, isso deve piorar porque quando se defende um lado, empurra o problema para outro ponto”, alerta Venerando Eustáquio, que está acompanhando com estudos de longo prazo essa questão.
À tarde, a pesquisadora Karinne Deusdará (DCAC/CCET/UFRN), da Subrede Água e Solo do INCT Klimapolis e o professor Jonathan Mota (DCAC/CCET/UFRN), vice-coordenador da Subrede Água e Solo do INCT Klimapolis, falaram sobre o Projeto SR2.2 que trata das águas do Rio Pitimbu: Segurança hídrica da região metropolitana de Natal.
Nesta quinta-feira, 1º de agosto, está prevista uma visita de campo da Subrede de água e solo para apresentar in loco o projeto sobre vazão e qualidade da água do Rio Pitimbu (Natal-Parnamirim), única fonte de água potável de superfície para a Região Metropolitana de Natal.
“Estamos tentando despertar na comunidade esse senso de pertencimento para que todos possam construir, a partir do conhecimento, uma participação ativa de colaboração com a vida do rio”, ressaltou Karinne. Para Jonathan Mota, essa bacia inserida em contexto urbano, está sendo negligenciada e pode não conseguir suprir mais o abastecimento da região metropolitana. “Precisamos criar uma interface cada vez maior com a sociedade em busca de soluções. A água não é só natural, é social também”, pontua ele.
O workshop seguiu com debate dinâmico na metodologia World Café, sobre temas relevantes ao INCT Klimapolis em Natal com os temas sinergias internas e externas dos EMRs de Natal, Desenvolvimento de Indicadores no INCT Klimapolis e envolvimento de gestores e/ou empresas nos EMRs.
Mais informações sobre as ações do Instituto, podem ser adquiridas pelo e-mail ou no Instagram do projeto.